O pequeno Mikael de Souza Pereira, 8 anos, incomodado com a situação precária de um ponto de ônibus no bairro onde vive, tomado por lixo descartado incorretamente, decidiu fazer a diferença e começou a limpá-lo por conta própria.
De acordo com sua mãe, Mical Rodrigues, o garoto reclamava constantemente sobre a sujeira do ponto onde pega ônibus diariamente. “Explicava que a gente guarda nosso lixo para jogar fora depois, mas que as pessoas não têm o mesmo costume. E sugeri que, se ele quisesse, poderíamos vir e limpar”, contou ela.PUBLICIDADE
No mesmo dia, eles foram até o local, cataram todo o lixo e limparam o ponto de ônibus, em São Vicente, no litoral paulista.
Mical registrou a ação com fotos e vídeos. Ela conta que um saco de lixo não foi suficiente para recolher tanta sujeira espalhada. “É muita sujeira. Infelizmente aqui não vemos coleta de recicláveis, somente a coleta de lixo comum. Não conseguimos dar conta”, disse.
Desejando ver o ponto de ônibus limpo, Mikael botou a mão na massa: com luvas, recolheu plástico, papeis, embalagens, e até mesmo garrafas de vidro, que foram armazenadas em outro saco. Tudo isso em meio ao movimento de pessoas que aguardavam os ônibus no ponto de parada, que foi remanejado para ali há pouco tempo.
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“Levamos o saco em uma lixeira um pouco mais distante, com medo de deixar no chão e algum bicho rasgar e espalhar”, disse. Depois da limpeza, Mikael deixou um recado de adulto para os vizinhos do bairro.
“Só um papelzinho de bala já faz uma grande diferença. Não fica achando que jogar um lixinho ali, jogar um lixinho aqui, não vai fazer diferença, porque vai fazer diferença. Isso incomoda demais. Você vai ficar achando aí que não vai incomodar ninguém, mas incomoda muita gente!“, comentou.
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Acostumada a ver seu filho consertando e reciclando brinquedos quebrados em casa, Mical afirma estar ainda mais orgulhosa do filho. “A tarefa de mãe é difícil. Erramos tentando acertar. E quando vemos isso, me sinto especial. Se todos pensassem assim, seria mais fácil manter a cidade limpa. Se a vizinhança entender assim, será uma boa ajuda”, finaliza.
Fonte: G1/Fotos: Mical Rodrigues/Arquivo Pessoal